terça-feira, 30 de dezembro de 2008

FILINTO CHARÃO

Filinto Charão é outro exemplo do que postei abaixo. O presente corrige uma falta do passado. Até ontem, ele era um poeta esquecido, como bem avaliara Oracy Dornelles. As escolas receberão a antologia, que traz o seguinte poema de Filinto:
oo
Noite de Inverno
oo
Que noite má, que frio e que amargura!
Somente lá por fora zimbra o vento,
Contorcendo o arvoredo que murmura
De mãos alçadas para o firmamento.
oo
E eu só!... que noite longa e que tristura
Há neste quarto lúgubre e poeirento!
Meu leito - é uma gelada sepultura,
Meu lençol - um sudário... Oh, que tormento!
oo
Ah! si odorante e linda como outrora,
Ela, em quebrantos, terna e carinhosa,
De amor vencida aparecesse agora!...
oo
Não mais terei ventura igual aquela,
De, em uma noite assim, triste e brumosa,
Sonhar envolto entre os cabelos dela!
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A vida de boemia dava ao poeta os ingredientes para compor esse soneto romântico, mesmo em pleno modernismo. Por isso mesmo, excelente para ser estudado numa aula de Literatura.

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