segunda-feira, 20 de outubro de 2008

COMENTÁRIO ANÔNIMO

Sou contra o anonimato em todos os sentidos, principalmente de certos pedantes que se julgam no direito de emitir opinião debochada sobre o que escrevem pessoas que, por se identificarem, são superiores a ele. Seguindo uma lógica da teoria evolutiva, hoje comprovada pelos estudos genéticos, imagino que o ser anônimo foi engendrado pelo gene de algum de seus ascendentes que sobreviveu porque, para não enfrentar um inimigo abertamente (num duelo, por exemplo), matou-o à traição.
Um comentarista anônimo sujou a bela postagem abaixo (AZUL AZUL), criticando minha coluna do Expresso Ilustrado. Não posso excluir e reeditar meu texto, uma vez que altera a data. Pedante ao extremo, blefador eu diria, cita uma "verdade heracliteana", corrigida para "inverdade heracliteana". Sugere que eu estude mais, o blefador, como se ele soubesse mais dos pré-socráticos. Ignora ele que poucos fragmentos de Heráclito foram salvos; que Crátilo, discípulo de Heráclito, equivocou-se ao julgar que o mestre considerava a impossibilidade do conhecimento; que Platão, influenciado por Crátilo, acabou distorcendo ainda mais o pensamento de Heráclito. Pois bem, aconselho ao pernóstico que leia mais sobre os pré-socráticos, para não os confundir com os sofistas. Leia Hegel, que admirava em Heráclito justamente o contrário do que insinua meu comentarista anônimo: a possibilidade do homem de conhecer o mundo em constante transformação. Leia Nietzsche, também. Não há passagem nesse filósofo heracliteano que aponte para o viés exposto pelo meu comentarista anônimo.
Blefador, você existe porque um ábavo seu matou à traição, ao invés de duelar abertamente.

Nenhum comentário: