segunda-feira, 7 de julho de 2008

A GRANDE PIADA


A grande piada (de mau gosto, diga-se de passagem) começou a ser escrita em 1998, com a elaboração do Protocolo de Kyoto, Japão. Em síntese, o documento propunha reduzir em 5% a emissão de dióxido de carbono até 2012. O potencial cômico se institui com essa percentagem insignificante. Grosso modo, equivale a pedir para o suicida que diminua em 5% a concentração do veneno já levado à boca. Engraçado, não é mesmo! O riso continua com a não adesão dos Estados Unidos ao tal protocolo. Para os países desenvolvidos e em acelerado desenvolvimento, o pouco 5% é muito. Ainda que a redução imediata fosse de 95% (isso só será possível com a escassez dos combustíveis fósseis ou com a agonia da espécie humana), os homens continuariam a poluir, transformando a atmosfera numa imensa lixeira. Kyoto estipulava 5%, não 95%. Todos sabemos que muitos países, entre os quais a China e a Índia, desenvolvem-se num ritmo que causa admiração ao mundo capitalista. A queima de carvão já propicia um ar quase irrespirável em Pequim. O consumo de petróleo quintuplica(rá) com as indústrias (que substituem a economia agrária) e com a frota crescente de automóveis. Em 2020, a China poluirá tanto quanto os EUA. Nenhum discurso será capaz de frear esse (pseudo)desenvolvimento. Nenhum acordo. Nada. Em Santiago, para citar um exemplo caseiro, o número de automóveis aumentou significativamente nos últimos anos. Nenhum dos nossos “ecologistas” anda a pé. Engraçado, não é mesmo!

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