domingo, 1 de junho de 2008

PONTES NECESSÁRIAS

Um jeito estranho de ser mar brota das nascentes do coração. Espelho de águas difusas, confunde paisagens com a aurora austral. Permafrost de amor, não degela quando muda a estação. Sobre esse terreno nada que se construa permanece sólido. Para a geologia, essa é uma verdade absoluta. Mas as histórias que nos são contadas desde a infância falam de um arco-íris ao final das chuvas. A ciência, mesmo distante das utopias, mostrou-nos a evolução das inteligências desde a construção de pontes. Acredito no amor e entendo que a natureza não manifesta suas obras de forma única em todos os homens. Alguns passarão suas vidas como sonhadores, idealizando uma humanidade pela qual não movem um dedo, e o amor será sempre uma ilusão magnífica, de face única, porque não desvelado. Outros, tomados pela racionalidade, compreenderão o homem dual, mistura de emoções. Calcularão os riscos, entendendo a existência de negativo e positivo em toda equação, e construirão pontes. Caminharão sobre o gelo.

(Gênero que amalgama prosa e poesia, referência factual e imagem, escrito por Erilaine Perez)

Nenhum comentário: