quinta-feira, 19 de junho de 2008

MEIO AMBIENTE


Há 12 anos, trabalho na formação de motoristas militares no 19º Grupo de Artilharia de Campanha. Inicialmente, a maioria dos jovens incorporava ao Exército ainda sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o que exigia da gente (instrutores e monitores) um esforço muito grande. Alguns instruendos, não obstante, apresentavam sérias dificuldades para a qualificação até o final do curso. Outros, no entanto, destacavam-se desde as primeiras aulas e, ao serem dispensados do serviço ativo, conseguiam ótimos empregos. Dois desses profissionais, por exemplo, pertencem à empresa Planalto, transportando passageiros de Santiago a Porto Alegre (e vice-versa). Com as mudanças provocadas pelo Código de Trânsito Brasileiro, fomos obrigados a uma melhor adequação às novas leis, incluindo viaturas adaptadas com freio duplo e instrutor credenciado pelo Detran. Dessa forma, vivemos um período de transição, em que optávamos por aqueles soldados que já possuíam CNH, adaptando-os às viaturas militares tão somente. Agora dispomos de instrutores e viaturas modificadas para a formação de motorista, dentro da legalidade instituída pelo CTB. Entre as instruções que cabe a mim, penso que a de Meio Ambiente se constitui numa das mais importantes. Ainda na manhã de hoje, ministrei uma aula sobre essa disciplina. Auxiliado por um data show, comentei slides utilizados pelas auto escolas. Por minha conta, projetei a imagem do planeta Terra (editada acima), perguntando o que era, o que representavam as cores verde, azul, branca e preta, o que há de estranho no quadro, qual a relação do degelo com a emissão de gás carbônico (dióxido). Apontei para o contorno do continente gelado, para uma faixa menos branca, onde fica evidente a ação do aquecimento global. Com ironia, fiz um longo comentário sobre a proposta assinada pelo Protocolo de Kioto, a qual não será atendida até 2012. A China e a Índia, por exemplo, desenvolvem-se a olhos vistos e uma das marcas desse desenvolvimento é a indústria de automóvel. Para cada riquixá, já proibido naqueles países, um automóvel passará a queimar derivados de petróleo, processo químico que traz maior mobilidade aos homens (numa corrida que os levará ao próprio fim). Mesmo que dirija com motores bem regulados, todo motorista é um poluidor por excelência, mas ignoram isso, fingem não saber.

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