domingo, 25 de maio de 2008

CONTRA O ESTABLISHMENT

Desde pequeno, ouvia as pessoas ao meu redor falarem com a maior seriedade possível, como se fosse a mais pura verdade aquilo que falavam com a maior seriedade possível. O que essas pessoas falavam com a maior seriedade possível? Elas falavam com a maior seriedade possível que não devemos discutir política, religião e gosto. Como o nosso caráter é moldado também pelos adultos que nos educam, obedeci-lhes sem ponderação. Certo dia, comecei a ler os chamados pensadores e suas idéias fizeram despertar em mim aquele menino que perguntava, perguntava e perguntava (até que as pessoas ao meu redor falassem com a maior seriedade possível que não devemos discutir política, religião e gosto). Desde então, passei a perguntar outra vez. O questionamento desinteressado e sem muito a ver com política, religião e gosto, aos poucos, me levaram a desenvolver uma aptidão argumentativa para discutir também sobre esses assuntos-tabus. Hoje sou capaz de responder sobre a razão daquele preconceito adultocêntrico: preservação do establishment.

Um comentário:

Ivan Zolin disse...

Froliam!

Realmente não devemos discutir "política, religião e gosto", pois são assuntos que envolvem crenças, e estas são escolhas pessoais sem compromisso racional. Aceito as questões de crenças e, respeito. No entanto não concordo que sejam justificadas racionalmente; o argumento lógico não pode ser aplicado nesse contexto.
Devemos é discutir os motivos que levam a ter crenças. A explicação racional, no limite, está apoiado em uma crença, naquilo que aceito como verdade. Portanto ao discutir a racionalidade estaremos justificando nossas crenças.
Quanto menos assuntos proibidos tiver uma sociedade, mais madura será.

Ivan Zolin