domingo, 20 de abril de 2008

OS DOIS PRINCÍPIOS

Em sua Terceira Consideração Intempestiva, Schopenhauer Educador, Nietzsche escreve no capítulo 2: Se tentar descrever o acontecimento que foi para o primeiro olhar lançado sobre os escritos de Schopenhauer, devo primeiramente me deter um pouco a uma idéia que me perseguia em minha juventude, mais freqüente e mais opressora que qualquer outra. Quando há pouco eu me comprazia em formular desejos, imaginava que o terrível esforço o temível dever de ter de me ocupar de minha própria educação me seria poupado pelo destino, porque encontraria no devido tempo um filósofo que fosse meu educador, um verdadeiro filósofo que pudesse ser seguido sem hesitar, uma vez que poria nele mais confiança que em mim mesmo. Em seguida, é verdade, eu me perguntava: Que princípios haverá ele de seguir em tua educação? E me perguntava o que haveria de dizer dos dois princípios de educação que estão em voga em nossos dias. Um exige que o educador saiba discernir depressa qual é o ponto forte de seus alunos e concentre em seguida todas as energias, todas as seivas e todo o sol sobre esse ponto, a fim de conduzir à maturidade e à fecundidade essa única virtude. O outro princípio, pelo contrário, exige que o educador apele a todas as faculdades existentes, que as cultive e estabeleça entre elas uma harmoniosa proporção.

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