sexta-feira, 11 de abril de 2008

ELLEN BARBOZA RAMOS

O que fazer nesta noite? Ficar em casa, como os demais dias da semana? Ler, escrever, navegar (não necessariamente nessa ordem)? Às vezes, me pergunto se já não dediquei muito do meu tempo à leitura. Belos dias da juventude, nas noites de sexta-feira, nos sábados azuis, inclusive... Para quê? Como a maioria das pessoas normais, racionalizo. A resposta está aqui, ó, na ponta da língua: toda a leitura cria a necessidade de escrever, de imitar aqueles que leio. Mas nesta sexta-feira, já tinha decidido a me dar um tempo. Haveria um lançamento de livro no Centro Cultural e um churrasco para a imprensa no Tênis Clube (o Júlio me convidou antes das sete piem). Ando evitando a carne vermelha, ainda que contrarie essa autoprescrição no domingo. Lançamento de livro é um evento especial, raríssimo. Além disso, aguça ainda mais meu lado de leitor, escritor, crítico... O convite trazia o nome do livro a ser lançado e sua autora: Pra não te esquecer, meu Rio Grande, de Ellen Barboza Ramos. Inicialmente, pensei se tratar de uma dessas senhoras saudosistas, talvez professora aposentada, que viesse a Santiago para lançar seu livro (como tem acontecido nestes anos em que participo do Departamento de Literatura do Centro Cultural). Seu nome me era completamente desconhecido. Qual foi minha surpresa ao chegar no auditório do edifício Melvin Jones? Ellen, que autografava à frente da platéia, era uma menina de 14 anos. Do interior do município, Vila Lara. Seu Pra não te esquecer, meu Rio Grande compõe-se de 41 poemas crioulos, com uma epígrafe do nosso Aureliano Pinto "Alerta! O campo vigia! / Da meia-noite pro dia / um taura não dorme mais" e apresentação de Ataliba de Lima Lopes. Após os autógrafos, conversei com a menina Ellen, estudante do Thomás Fortes. Pedi a ela que lesse os poetas consagrados, como Apparício Silva Rillo, Luiz Menezes, Jayme Caetano Braun, entre outros. Falei da importância do ritmo, elemento básico da poesia. Um ditado diz Se é da Vila Flor é parente, ou consangüíneo, ou por identidade. Ellen é sobrinha do meu primo Altamir.

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