domingo, 16 de março de 2008

CERTAS BRINCADEIRAS...

Certas brincadeiras de mau gosto ofendem mais do que um tapa em circunstâncias inesperadas. Outras machucam como espinho pequeno, quando repetidas com freqüência. O autor da brincadeira, por falta de sensibilidade, tato ou empatia, raramente percebe seu comportamento espezinhador. O alvo preferido é seu oposto, obviamente, pessoa sensível que sofre calada em respeito à vinculação de dependência (entre patrão e empregado, por exemplo). De tempo em tempo, a reação é inevitável. A humilhação sofrida em doses homeopáticas, de repente, transforma-se num tsunami incontrolável, violento. Nesse momento, manifesta-se um aspecto paradoxal e desprezível em quem brinca com segundas e maldosas intenções: sente medo. Prontamente, retrata-se com a já conhecida evasiva: era brincadeira. Por que não adiantou que o era (antes de provocar a reação do ofendido)?
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Escrevi a reflexão acima como protesto contra esses brincalhões, cuja deformidade de caráter parece dominante nos ambientes familiares, no trabalho, no desporto...
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Com isso, não estou condenando a brincadeira, mas a salvaguardando do espírito de decadência de que Nietzsche já vislumbrava há um século e pico.
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Quem bem me conhece poderá dizer que, embora aparente uma grande seriedade, gosto muito de brincar. Minhas brincadeiras, no entanto, nunca visam à humilhação de quem quer que seja. Meus colegas no trabalho são as melhores testemunhas dessa auto-avaliação.


Um comentário:

Lígia Rosso disse...

Oi Froilam!

Gostei muito dessa postagem...é bem isso que acontece!
Super abraço.
Ótima semana.