sábado, 3 de novembro de 2007

ELE CONTESTA DEUS

O caderno Cultura do ZH deste sábado traz o ateísmo como matéria principal. Nas páginas 4 e 5, há uma entrevista com Christopher Hitchens, autor do best-seller mundial Deus não é Grande - Como a Religião Envenena Tudo. Para o jornalista e crítico literário inglês, as crenças atrasam o desenvolvimento do mundo, semeiam guerras e iludem o homem. Transcrevo uma parte da entrevista. Cultura - O senhor concorda com aqueles que dizem que a religião foi a responsável por importantes princípios morais para a construção da civilização? Hitchens - Não, isto está errado. Religião não é a fonte da moralidade, a moralidade vem da solidariedade humana, e ela surge em todas as sociedades desde os tempos antigos. Religião, pelo contrário, prega a imoralidade. Ela conta mentiras paras as crianças sobre céu e inferno, ela cria contos de fada aos adultos. Mente sobre a morte concreta, que é algo inevitável e enescapável. Eles praticam mutilação genital e repressão sexual, que leva à perversão e à hipocrisia. Ou seja, é imoral, vai contra a solidariedade humana e, é claro, é responsável pela subordinação das mulheres. Cultura - A religião pode ser substituída pelo quê na vida das pessoas? Hitchens - Não há um substituto, porque não queremos repetir o erro. Deixar de se impressionar pelas mentiras e imoralidades da religião é algo que não requer substituto. [...] Cultura - Como você imagina politicamente um mundo em que ninguém acredita em Deus? Hitchens - Eu não consigo imaginar, porque não há o perigo de isso acontecer. A espécie humana é programada de certa maneira para ser religiosa porque é uma espécie muito egocêntrica. É facilmente persuadida de que é o objetivo de algum plano divino. Em segundo, é uma espécie muito medrosa, e tem particular medo da morte. Cultura - A religião não pode ter nenhuma utilidade? Hitchens - Não é útil ser enganado.

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