sábado, 29 de setembro de 2007

PONTES PARA A ALTERIDADE


ooooooAs pessoas se dividem entre o dar e o não-dar esmola, segundo suas opiniões. Na prática, elas acabam atendendo o pedinte, ainda mais quando o argumento deste é a fome.

ooooooA solidariedade crescente, penso, não se explica apenas pelo sentimento de culpa do doador, que se aliviaria com o óbolo. O aumento da miséria, a condição subhumana, a aproximidade física do miserável batendo à nossa porta, são realidades que despertam um novo sentimento (algo acima do egoísmo velado). A evolução psíquico-emocional dos indivíduos, ao contrário do que pregam os arautos do endeusamento pessoal, egolátrico, tem lançado pontes para a alteridade. No momento de darmos esmola, estamos pensando no outro, sentindo-o empaticamente. A alegria dele é o que realmente nos importa.

ooooooNão há utopia, não há idealização acerca desse comportamento altruísta. Percebo-o em mim e na maioria dos que dão esmolas (caracterizadas nas roupas e calçados que ainda usamos, na comida que fazemos ao meio-dia, no trocado, inclusive).
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Escrevi o texto acima hoje de manhã para responder uma questão avaliativa da professora Sandra Nascimento. O tema a ser desenvolvido era sobre o dar ou não dar esmola. A ilustração é o "signo emblemático da alteridade". Alteridade significa "natureza ou condição do que é outro" (Houaiss). Uma das palavras mais bonitas da nossa língua.

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