terça-feira, 4 de setembro de 2007

MESTRE EUGÊNIO GASTALDO, QUE SUSTO!

Escrevi o poema abaixo há alguns anos, num tempo em que minha dúvidas quanto à transitividade dos verbos eram muito maiores. Prova-o o emprego de "soprar" como transitivo indireto, isto é, exigindo a preposição. Hoje, consultando o Grande Houaiss, constato o equívoco. O correto é "sopra o arvoredo", uma vez que o verbo empregado é transitivo direto, no sentido de fazer (algo) mover-se por meio do sopro. Exemplo: o vento soprava as folhas. A não ser que eu o considere intransitivo, no sentido de "mover(se) como o sopro": um vento brando soprava. Assim, "no arvoredo" passa a ser adjunto adverbial de lugar, salvando a métrica. No primeiro caso, o verso ficaria com nove sílabas poéticas. Imperdoável! Certamente, teria que pedir desculpas ao Oracy Dornelles. A solução é considerar "no arvoredo" um adjunto, não sofrendo a ação do vento. As folhas caem porque estão amareladas ou secas.

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