quarta-feira, 29 de agosto de 2007

REFLEXÕES DE UM ENFERMO

Ante a dor constante, não há guerreiro que permaneça em pé, erecto e forte; tampouco há iogue indiano que continue impassível em sua posição; tampouco há monge tibetano que conserve seu ar de tranqüilidade. Todos hão de gemer, expostos à fragilidade da natureza humana.

Sempre defendi a ciência contra os difamadores, pseudo-religiosos que a acusam de desmistificar seus mitos e crenças. Bendita seja a ciência, principalmente por ter desenvolvido a farmacologia. Quanta dor no mundo foi evitada com os analgésicos e antiinflamatórios?

Afora a dor física (sofrida), outros males afetam o paciente internado num hospital. A ilusão de que o tempo diminui sua fluxibilidade. A silenciosa solidão, visitando-o na ausência do acompanhante. A perspectiva da própria morte, cujo ponto de fuga se aproxima ou se distancia quanto mais ou menos grave for a doença.
Esses aspectos, reais ou imaginários, determinam o estado psicológico do paciente, exigindo cuidados a/efetivos.

Depois de uma semana de dor, reconheço que não sou o guerreiro que imaginava ser. Passo a régua nessa ilusão, para me mostrar mais fragilizado, mais dependente, mais doce.

2 comentários:

Vivi disse...

Olá caro amigo
Bem, claro que desejo melhoras a vc. Mas agradeço por atualizares, ja que sempre é bom vir aqui e ler alguma palavra tua.
Se tiveres msn, pode me dar endereço?
Beijos!!!!

Vivi disse...

Ps: As vezes no momento de fragilidade e docura, mostramos nossa maior e estranha força...